segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

conversas paralelas

-Posso sentar-me?
-Sim podes.
-O que estás aqui a fazer sozinha?
-Não estou sozinha, estou rodeada de gente.
-Tu percebeste.. Nunca mais disseste nada, porquê?
-Há coisas na vida das quais gostamos muito e temos-nos de nós afastar.
-E eu sou dessas coisas?
-Talvez, mas foi por isso que me afastei de ti.
-Mas eu continuo aqui, e gostava que voltasses a falar para mim como falavas, ou apenas a dizer-me um olá.
-Sabes que isso não muda nada!
-E tu queres mudar alguma coisa?
-De uma certa forma sim!
-E o que é?
-É demais para ti, nunca irias compreender.
-Sim, senão me disseres nunca vou perceber a raiva que tens de mim.
-Mas eu não tenho raiva, eu nem te odeio; e raramente te vejo ou estou contigo, e não posso ter nenhum sentimento desses sobre ti.
-Então que se passa afinal?
-Nada vezes nada.
-Não vás por rodeios tá bem?
-Tu também foste muitas vezes por eles e eu nunca te disse nada, e nem sequer te critiquei.
-Queres que eu vá embora é?
-Faz o que quiseres, se já disseste o que tinhas a dizer vai, mas não me procures mais.
-Eu não te procurei, apenas..
-Apenas o quê?
-Nada; fica bem, um dia percebes, se achas que estás certa está bem, não posso fazer nada. E foste tu própria a dizer que nos temos de afastar daqueles que gostamos mais por derivadas razões, então eu vou-me embora, tenho a certeza que um dia irás perceber, mesmo que seja tarde!



THE END

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