segunda-feira, 17 de outubro de 2011

re-começar

Quero escrever para ti, mas dificilmente as palavras me saem para o papel, assim que pego na caneta não sei que escrever na carta, não sei por onde começar e como terminar, não sei do que falar nesta carta, não sei se falo de nós, ou do que nos matou antes disso, não sei se digo que ainda penso em ti, que ainda tenho saudades tuas, ou se minta, o que é certo é que não gosto de mentir, não gosto de ser falsa, apenas para gostarem mais ou menos de mim. Sempre fui eu própria, e não é por querer escrever para ti hoje que isso certamente iria mudar. Continuo sem palavras e já mandei mais ou menos cinco folhas de papel apenas com uma palavra, para o lixo. Porque é que nos custa tanto despedir-nos de uma coisa que foi tão boa na nossa vida, porque é que custa tanto dizer o que sentimos realmente e depois dizer-mos adeus sem olhar para trás. O meu erro desde do inicio foi não te ter omitido que gostava de ti, acredito que tudo tenha sido bem mais fácil, mas os sentimentos não escolhem as palavras certas para as pronunciar. A folha à minha frente continua em branco, e eu tenho mesmo de te escrever esta carta, mas não sei que dizer, não posso também dizer-te meras palavras que encontro ao acaso aqui na minha cabeça, quero escrever com sentido, com alma, com sentimento, com cabeça e com coração. Mas cada vez que pouso o bico da caneta sobre o papel, a minha mão treme como varas verdes. Acho que ainda não chegou a hora de eu te escrever a carta de despedida, é sinal que ainda não me posso despedir de ti, as palavras teimam em ficar cá dentro, e eu não posso escrever apenas por escrever, acredito que ainda não seja o nosso final, porque eu sempre acreditei num recomeço, no nosso recomeço.

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