terça-feira, 11 de outubro de 2011

será coincidências?

Sei que o coração não dói, mas o meu hoje está a doer tanto, dizia eu, com a voz roca de tanto chorar, e com os olhos todos borrados do lápis preto e do rímel que meto todos os dias nos olhos. Afinal o coração também pode doer, a saudade é tanta que faz o peito ficar bem apertado, e fica um vazio. Mas eu continuava a dizer que o meu coração estava estranho, que parecia que tinha sido esmagado por uma roda de um camião, ou duas ou três, a verdade é que não me estava a reconhecer a ouvir sair aquelas palavras bruscas e tristes da minha boca. Os meus amigos costumavam dizer que eu era o sol que brilhava nos dias deles porque estava sempre alegre e sorridente, e que por mais que tivesse por dentro, nada transparecia para fora. Então e hoje que se passa minha estrela? Onde está aquela alegria que via todos os dias, não só no rosto mas também no olhar. E eles continuavam a insistir em perguntar o que tinha, e eu continuava a dizer que o meu coração doía, parecia uma criança de poucos anos a explicar que lhe doía algo, mas não saberia o quê. E de novo fui constatada com a pergunta, é ele? E de repente comecei a chorar como um bebé. Que se passa, perguntavam eles. E eu disse, hoje aconteceu-me uma coisa tão estranha. Então? diziam eles. E eu passei a contar; estava triste e mandei-lhe uma mensagem, a dizer que tinha saudades dele, e passado um bocado fui fumar à janela. E de imediato, eles me interromperam, então e ele? Respondeu-te? E eu, com as lágrimas a correrem-me pelo olhos disse, não, passou à minha porta.

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