quinta-feira, 5 de maio de 2011

manhãs

Eram pouco mais do que nove e meia da manhã, e eu como faço sempre quando saio das aulas, puxei por um cigarro, ao mesmo tempo que me sentava, ia tão distraída que nem sequer reparei que tu estavas mesmo à minha frente, sentado no outro banco. Continuei a fazer o que estava a fazer, tirei o isqueiro e acendi o cigarro, encostei-me sobre o banco e estava mesmo de frente para ti; a verdade é que me estava a sentir observada por ti, mas mesmo assim continuei a conversa que estava a ter com elas como temos todos os intervalos, afinal eu não me queria lembrar sequer que me estavas a observar, tu não sabias que eu estava a ver que tu me observavas, porque realmente a disfarçar sempre fui muito boa, e estava a ver-te exactamente por o canto do olho. Eu não tinha aula a seguir, e já tinha dado o toque, e elas tinham de ir para a aula, entretanto, eu já tinha acendido outro cigarro, na verdade estava nervosa, elas foram para a aula e eu fiquei ali, sentada e quieta naquele banco, não conseguia levantar os olhos do chão porque sabia que tu ainda me olhavas. Dei os últimos bafos no cigarro e deitei-o para o chão, levantei-me apanhei as coisas, e aí os nossos olhares cruzaram-se, a seguir fui-me embora, mas com uma grande dúvida de teres feito o que fizeste.

2 comentários:

Mafalda disse...

Com a duvida, mas ao mesmo tempo com o gosto de ele ter olhado tanto tempo para ti, não e?

Ana Jesus disse...

Gostei do blog, estou a seguir*