quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

momentos espontâneos

Ela tremia por todos os lados, e não sabia sequer o que dizer ou fazer, estava fria por dentro e por fora, parecia que a tinham metido dentro de uma arca frigorifica durante séculos, ela sentia-se sem chão, sem razão e sem argumentos, não saberia o que lhe dizer no momento que ele chega-se ao pé dela, ela pensava no que dizer e quanto mais pensava mais os pensamentos a atrapalhavam. Ela avistou ao longe e começou a tremer ainda mais, teve um aperto tão grande no seu peito, e parecia que o coração lhe ia saltar pela boca em segundos, ele estava cada vez mais próximo dela e ela não saberia que reacção ter! Ele por o contrário vinha calmo, sereno, e com as palavras certas, mas ao aproximar-se dela ficou nervoso e ela pressentiu isso. Na cabeça dela começou a passar tudo o que lhe disseram sobre ele e que ele lhe tinha feito, como se fosse umas imagens em slide, ela não se tinha esquecido de cada pormenor dado por cada amigo dela, e não se tinha esquecido principalmente o que tinha visto, com os seus próprios olhos; não conseguiu manter mais a calma e quando ele chegou ao pé dela, ela nem o deixou falar, levou a mão para trás e com toda a fúria que tinha por tudo o que ele lhe fez, deu-lhe uma chapada.. Ficaram segundos a olhar um para o outro, sem saber o que dizer, ou fazer. Ele perante ela ficou sem qualquer reacção, parecia desesperado depois de ela lhe ter dado a chapada, parecia que estava preso ao chão sem nunca se mexer. Ela baixou a cabeça e pensou durante alguns minutos no que lhe dizer, mas ele interrompeu-a e quis uma explicação por ela ter feito aquilo. Ela levantou os olhos do chão, respirou fundo, ganhou força e coragem e começou a argumentar todas as coisas que tinha visto e que lhe tinham contado. Ele ficou ainda mais nervoso, e calou-se por uns instantes, tentou desmentir tudo, dizendo que era mentira, mas ela era inteligente, e ninguém a conseguia fazer de parva, e não acreditou em nem uma palavra do que ele disse, ele tentou abraça-la e ea deu uns passos para trás, ficou nervosa de nova e sem forças, voltou a baixar a cabeça, ele voltou a aproximar-se dela, e ela desviou-se outra vez, mas sempre com os olhos no chão, parecia que não queria olhar para ele nos olhos, afina estava-se a sentir fraca. Ela ergueu a cabeça, ganhou força e coragem de novo, e disse-lhe com todas as letras "podes esquecer-me, que sejas feliz", e ao dizer isso voltou-lhe costas. Ele ficou a olhar para ela com a esperança que ela volta-se para trás, mas ela nunca voltou, e ali ficou ele preso ao chão mais uma vez e a pensar que talvez ele perdeu uma coisa boa na vida dele que era ela. Passado alguns minutos ele tomou o seu caminho, e agora quem ia com os olhos no chão, e coração fraco era ele!

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