segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

deixai-me

Tentas acalmar-me e eu mais uma vez insisto em levantar-me e querer sair pela porta fora e não voltar mais a entrar, mas tu seguras-me nos braços e quase nem tens força para me voltares a sentar, com medo de me magoares, eu sento-me e meto a cabeça encostada às minhas mãos geladas e cheias de raiva, e eu de novo insisto em levantar-me, e a dizer coisas que nos vão magoar aos dois. Cala-te, digo-te eu em voz alta; preciso gritar, deixa-me gritar, deixa-me sair daqui, deixa-me ir apanhar ar, eu juro que fico bem, mas por favor deixa-me ir, deixa-me, deixa-me, insistindo eu em querer ir-me embora. Eu fico bem, só preciso de apanhar um pouco ar, e nisto saio, fecho a porta com toda a força, e já nem sequer olhei para trás. Desculpa, tinha mesmo de partir, amanhã volto. 

1 comentário:

Maria Inês disse...

Por vezes sentimos essa necessidade, não é? E até é "bom" isso acontecer :x