quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

não disse nada

Sai assim sem dizer nada, sai de fininho para tu nem sequer notares que tinha saído da tua vida, meti-me em pontinhas dos pés para tu não ouvires os meus passos e para não teres a tentação de vir atrás de mim, sai sem dizer nada, nem um até já, nem um até logo, não queria que tu soubesses que eu iria sair assim da tua vida, como uma pessoa com medo, não queria que tu pressentisses que eu ia sair mas que o medo me invadia por dentro, não queria que notasses a minha falta ao acordar de novo, ainda era cedo, e sei que quando tu acordasses ias notar a minha falta, mas assim eu já não tinha deixado o rasto dos meus passos mal dados, assim não iria ser tão difícil ter de te explicar o porquê de sair da tua vida, o porquê de me afastar, mas saberia que quando sentisses que eu me tinha ido embora tu ias querer justificações. Não quis que tu pensasses que eu era fraca, mas também não me queria iludir a mim própria e criar esperanças, às vezes escolher o caminho certo é complicado, porque ao principio de o escolhermos é como se tivéssemos uma venda nos olhos e não visses nada, só depois de percorreres metade do caminho percebes se aquele foi o certo ou não. Eu estou a percorrer o meu caminho, e ainda nem cheguei a metade, sei que talvez não tenha sido a melhor opção, mas naquele momento foi o que eu escolhi, foi o que eu quis percorrer, e quando se escolhe um caminho já não há grande volta a dar. Agora tiro a venda dos olhos e talvez saiba que em vez de ter virado à direita ou à esquerda, devia ter talvez seguido em frente, mas agora de que vale voltar para trás? Não vale de nada! E agora vejo que tenho um longo e grande caminho pela frente!

1 comentário:

Mafalda disse...

Tu és tão forte! Gostei mesmo :)